A Sorridente Madame Beudet ( La Souriante Madame Beudet) – 1922

Considerado o primeiro marco do cinema feminista e experimental, o roteiro desse filme, por incrível que possa parecer, é estranhamente cansativo, apesar da duração curta. Senti-me assistindo a um capítulo dessas novelas mexicanas, em que a mulher, cansada de sua vida burguesa infeliz, deseja se livrar do marido. É interessante o modo como Dulac retrata a fantasia da monótona madame Beudet, fazendo-a sorrir só em seus sonhos. Como ela vive sonhando, está aí explicado o porquê do título; destaco, todavia, que o roteiro não é dos melhores, com uma história fraca e sem ritmo, “batendo sempre na mesma tecla”, como dizem.
Há vários elementos interessantes para ressaltar, pequenos detalhes que fazem deste filme um marco feminista: mulheres são retratadas, muito sutilmente, como superiores aos maridos, e há vários pontos interessantes, como o marido de uma personagem que escolhe cores de tecido e é omisso à mesma. Outra cena repleta de simbolismo é o vaso, que insistentemente é mexido por ambos moradores da casa, o que revela uma luta de poderes, ainda que pequena. Germaine Dermoz fez um belo trabalho, assim como Alexandre Arquillière, como o marido de Madame Beudet. Mas, é um filme simplesmente para se ter uma referência histórica, porque definitivamente não é uma grande película a ponto de estar no livro.
Obs: Como foi difícil achar esse filme! Apesar de pequeno, é uma luta para achar uma cópia. E mesmo assim não sei se a minha é a integral.
França/ Mudo P&B/ 54 min (38 na minha cópia!)
Direção: Germaine Dulac
Roteiro: Denys Amiel, André Obey
Fotografia: Maurice Forster, Paul Parguei
Elenco:
Alexandre Arquillière
Germaine Dermoz
Jean d’Yd
Madeleine Guitty
Nenhum comentário:
Postar um comentário