sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

19


La Roue (The Wheel – A Roda) – 1923

Não sei o que dizer sobre esse filme. Talvez o roteiro não tenha ajudado as grandes atuações às quais, paulatinamente, vão sendo desperdiçadas e, por vezes, sendo cansativas nesta película de Abel Gance, que teve seus momentos de glória. O filme conta a história de Sisif e seu filho, Elie, que se apaixonam pela feliz e inocente Norma, uma menina que Sisif salvou de um acidente de locomotiva e que a criou como filha, o que torna tudo mais doentio.
 Severin-Mars, como Sisif, está excelente, e ele é tão convincente que, depois de um tempo, o espectado até esquece o esforço dele em parecer cego. Gabriel de Gravone como Elie, também convence muito, eis que, com ele, sofremos junto, por sua angústia e “mãos atadas”, já que não tem o que fazer sobre sua situação, realmente. A atuação de Ivy Close como Norma foi boa, apesar de ter me dado certa agonia, com seus trejeitos teatrais e por vezes forçados.
Destaque para as cenas inicial e final da primeira parte, onde, respectivamente, temos um acidente de trem espetacular e surreal para 1923 e Sisif em uma sala giratória, em meio aos seus trens e , posteriormente, seguindo em direção ao horizonte em uma trilha de trem; e para a cena intermediária da segunda parte, onde mais uma vez Sisif traz uma emocionante cena em que leva uma cruz um suas costas, cego, com seu cachorro Toby, em um cenário de neve.
Apesar de cenas incríveis como as três citadas, dificilmente esse filme entraria na lista. O exagero de horas para contar uma história simples gera desconforto, e muita sonolência ao longo das 3h40 de filme. Sem contar, é claro, que o filme tinha 9h, mais ou menos. Acho que o abandonaria nas primeiras 2 horas se tivesse que assisti-lo na íntegra. Entretanto, não posso ignorar a direção genial de Abel Gance, que surpreende com flashs de memória e espectros pairando pelas nuvens de fumaça das locomotivas. Um filme notável, mas que peca por uma série de fatores.

2 estrelas


França/ Mudo P&B/ 273 min.
Direção: Abel Gance
Produção: Abel Gance, Charles Pathé
Roteiro: Abel Gance
Fotografia: Gaston Brun, Marc Bujard, Léonce-Henri Burel, Maurice Duverger
Música: Arthur Honegger

Elenco:


Severin-Mars
Ivy Close
Gabriel de Gravone
Pierre Magnier
Gil Clary
Max Maxudian
Georges Térof



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

18


Nossa Hospitalidade – Our Hospitality (1923)

Filmes que são divertidos e curtos sempre são gostosos de assistir, ainda mais quando se trata de Buster Keaton, que é tão engraçado quanto Charles Chaplin. Este não é um dos melhores dele, mas não fica tão atrás dos meus preferidos: Sherlock Jr e A General. Nossa Hospitalidade trata da rivalidade das famílias McKay e Canfield durante gerações, até chegar em Willie McKay, que, quando criança, foi mandado para Nova York, para não dar continuidade às mortes e nem ter conhecimento sobre a rixa familiar.


O ritmo do filme faz com que o espectador não se canse, e isso Keaton faz muito bem, em todos os seus filmes. São algumas pequenas cenas que dão a graça à película, mas a melhor se encontra no final, onde vemos Willie lutando para sobreviver em uma grande cachoeira, logo na frente de sua amada, uma Canfield que ele conheceu no trem de volta para a cidade natal, para reivindicar a posse da propriedade dos McKay. Não só essa cena, mas várias composições com sátiras à época da proposta do filme, à tradição sulista de tratar bem um hóspede mesmo querendo matá-lo; não há nada, de fato, para se tirar, nem para acrescentar ao filme. Destaque último para o jantar, na hora da prece, onde Willie acaba de saber das intenções dos Canfield de acabar com a sua vida.

Mais uma vez, Keaton faz um ótimo trabalho como diretor e ator, e não entendo como ele não tem a mesma fama de Chaplin. A fotografia do filme é também composta por ótimos cenários, e todo o filme trabalha em harmonia. Certamente merece ser visto antes de morrer, inclusive a maioria dos trabalhos de Keaton são dignos de serem reconhecidos, pois são ótimos e deveras engraçados, também.
 

4 estrelas

EUA/ Mudo P&B/ 74 min.
Direção: John G. Blystone, Buster Keaton
Produção: Joseph M. Schenck
Roteiro: Clyde Bruckman, Jean C. Havez
Fotografia: Gordon Jennings, Elgin Lessley

Elenco:

Joe Roberts
Ralph Bushman
Craig Ward
Monte Collins
Joe Keaton
Kitty Bradbury
Natalie Talmadge
Buster Keaton Jr.
Buster Keaton



terça-feira, 27 de dezembro de 2011

17

Foolish Wives (Esposas Ingênuas/Esposas Frívolas) – 1922

Depois de muito adiar para assistir um filme não tão longo, finalmente pude comprovar que a minha demora excessiva tinha fundamento. Esposas ingênuas conta a história do golpista Russo Karamzin e suas duas primas (ricos graças aos golpes, algo que é deduzido pelo próprio espectador), que querem tirar o dinheiro de sua próxima vítima: a mulher do embaixador dos EUA. Toda a temática se passa em Monte Carlo, onde vemos cenários muito bonitos, e takes que se multiplicam quando necessário, mostrando a competência do diretor/ator Erich von Stroheim, que também interpreta o anti-herói Conde Karamzin. Stroheim, inclusive, trabalha muito 
                                           bem com closes, cenas dramáticas e seus textos 
                                       são muito poéticos e apropriados para cada ocasião.
Se eu tivesse pulado para o final do filme, teria achado excelente, mas talvez pela história, talvez pelo clima parado e apático, os personagens não mostram nada a não ser a arrogância e tédio da classe alta; e a única que, de fato, no fim, mostra-se impressionantemente fantástica é a empregada Marushka (Dale Fuller), que protagoniza uma das melhores cenas (se não a melhor) do filme, onde vemos um prédio em chamas e, posteriormente, a mesma, encarando um penhasco, arruinada. Miss Dupont faz um trabalho razoável como esposa do embaixador, mas nem um pouco notável, ao passo que Maude Geoge, como a Princesa Olga, interpreta muito bem, mesmo que tenha sido ofuscada todas as vezes por Stroheim. Este, por sua vez, é inescrupuloso, covarde, mau caráter e enganador, e protagonizador das melhores cenas, entre elas, a da tempestade.
A impressão que me dá é que, por mais bonito e objetivo que o filme possa querer ser, ele não o é. E o final inesperado tem essa função porque o nexo entre o que acontece e o restante do filme simplesmente não encaixam! Claro, tudo tem um motivo, aparentemente, mas isso não foi deixado muito claro (lê-se nada claro). Meu palpite é que a explicação tenha sido perdida com os cortes famosos que fazem nos filmes de Stroheim.
Ademais, não considero nem a obra-prima do diretor, nem um filme para se ver antes de morrer; ainda, daria o nome de Mulheres ingênuas, porque todas caem nas graças do Conde. Ainda prefiro Ouro e Maldição.

 

2 estrelas

EUA / Mudo P&B / 85min
Direção: Erich Von Stroheim
Roteiro: Marian Ainslee, Walter Anthony, Erich von Stroheim
Fotografia: William H. Daniels, Bem F. Reynolds
Música: Sigmund Romberg

Elenco:

Rudolph Romberg
Miss Dupont
Maude George
Mae Busch
Erich on Stroheim
Dale Fuller
Al Admunsen
Cesare Gravina
Malvina Polo
Louis K. Webb
Mrs. Kent
C. J. Allen
Edward Reinach

terça-feira, 5 de abril de 2011

16

Haxän (Haxän – a feitiçaria através dos tempos) - 1923

Minha relutância ao ver esse filme foi pelo fato do tema dele não me interessar tanto, mas devo dizer que me surpreendi de maneira positiva, mais uma vez. O dinamarquês Benjamin Christensen foi um visionário, criando um filme que mistura pesquisa com embasamento teórico e ficção, e utilizando cenários espetaculares, maquiagem, fotografia impecável e atuações com tanta maestria que é um deleite para os olhos, numa espécie de “documentário”.
O que vemos em Haxän são fatos publicados em livros, e a fantasia acerca desses fatos, explicando a bruxaria até os tempos atuais (década de 20, claro!). Os demônios são muito caricatos e bem estruturados, mostrando línguas e fazendo cultos e rituais de sabá, chegando até a serem divertidos, e não assustadores. Vemos silhuetas de mulheres nuas, freiras enlouquecendo por terem sido forçadas a cometer maldades pelo demônio, e mulheres frágeis, atormentadas e perseguidas, por serem consideradas bruxas. Um fato interessante é que o diretor se posiciona no filme, como se fosse uma tese a qual ele defende.
A música, para completar essa magnífica obra, é composta de pelo menos um grande clássico, que é moonlight sonata, para nos fazer viajar ainda mais para dentro da fantasia de Christensen, esta que, dizem os críticos, foi a essencial precursora de filmes modernos sobre possessão demoníaca, como “O exorcista” (1973). Há ainda grande enfoque nos personagens, mesmo que eles tenham uma representação simbólica e não sejam exatamente protagonistas, além das mensagens subliminares sexuais, que são geniais. Efeitos incríveis de sobreposição de imagem, com um céu cheio de bruxas em suas vassouras, também aparecem magistralmente.
Dividido em 7 capítulos,  dá para vê-los sem nenhuma pressa. E se não quiser enfrentar 1h45 de filme mudo, há a versão narrada de 1941.

4 estrelas

Dinamarca/Suécia / Mudo P&B / 105 min (pelos meus cálculos, no livro ta 87min)
Direção: Benjamin Christensen
Roteiro: Benjamin Christensen
Fotografia: Johan Ankerstjerne
Música: Launy Grøndahl (1922), Emil Reesen (versão de 1941)

Elenco:

Elisabeth Christensen
Astrid Holm
Karen Whinter
Maren Pedersen
Ella La Cour
Emmy Schønfeld
Kate Fabian
Oscar Stribolt
Clara Pontoppidan
Else Vermehren
Alice O’Fredericks
Johannes Andersen
Elith Pio
Aage Hertel
Ib Schønberg
Benjamin Christensen

quarta-feira, 16 de março de 2011

15

Nosferatu, Uma Sinfonia do Horror (Nosferatu, Eine Simphonie des Grauens) -1922

Vampiro que faz garotas suspirarem e que brilha na luz? Que nada! Mas, é difícil falar de um filme de horror que foi feito em 1922, para pessoas que se assustavam com coisas diferentes das atuais, além de todas as limitações que o equipamento daquela época trazia. Porém, digo que Murnau conseguiu fazê-lo com maestria, além de introduzir diversos mitos vampirescos que até hoje perduram, em obras como Drácula, de 1931 e Nosferatu, de 1979. Isso tudo foi possível graças à grande obra do irlandês Bram Stoker, Drácula, de 1897. O clima lúgubre envolvente, junto com a sinfonia macabra ao fundo fez com que o expressionismo alemão  de Nosferatu se consagrasse no cinema mundial.
 Ênfase no trabalho com as luzes e sombras, nas cenas amplas (destaque para as partes dos navios e da jangada, descendo rio abaixo, além da cena clássica do caixão) e, obviamente, no que com certeza fez Nosferatu ser o que é: Max Schreck, como o Conde Orlok. Sem ele, e sem a direção de Munrau, essa obra passaria despercebida. Schreck atuou de forma tão simples e tão intensa, que dificilmente a caracterização dada por ele ao personagem será esquecida pelos espectadores. Sua cara grotesca, com seus olhos enormes e dentes pontiagudos deram ao filme a pitada perfeita do horror.
Entretanto, devo acrescentar alguns contras que comprometeram o longa e o tornaram deveras cansativo, em algumas passagens. De fato, por ser expressionismo e ser voltado para o teatro, certamente as atuações devem ser exageradas. Mas não tão exageradas, como a da personagem de Greta Schröder, Ellen, que beira o ridículo e dão certo ar cômico ao filme. Há, também, uma perda do foco em Nosferatu, dando abertura para um paralelismo irritante. Não posso,  contudo, comprometer a importância desse filme para a história do cinema.

Curiosidades interessantes é  acerca do sobrenome de Schreck significar, literalmente, “medo”, e que esse filme, por ser uma adaptação livre de Drácula, quase sofrer uma ordem judicial para suas cópias serem destruídas, a mando da viúva do autor, que não autorizou a gravação de Nosferatu.
(minha preferência pelo expressionismo alemão ainda é Dr. Caligari!)

3 estrelas para ele, e acho um exagero ter 2 páginas para esse filme no livro.

Alemanha/ Mudo P&B/ 94min
Direção: F.W. Murnau
Produção:  Enrico Dieckmann  e Albin Grau
Roteiro:  Henrik Galeen
Fotografia: Fritz Arno Wagner  e Günther Krampf

        
Elenco:

Max Schreck - Graf Orlok
Gustav von Wangenheim - Hutter 
Greta Schröder - Ellen Hutter
Alexander Granach - Knock
Georg H. Schnell 
Ruth Landshoff
John Gottowt
Gustav Botz
Max Nemetz
Wolfgang Heinz
Guido Herzfeld
AlbertVenohr
Hardy Von Francois

domingo, 13 de março de 2011

14

Nanook, o Esquimó (Nanook of the North) – 1922

Por ser um documentário, não me interessei no início, confesso, e acabei passando para outro filme da lista. Mas Nanook acabou sendo uma surpresa agradável, vendo o dia-a-dia não tão espontâneo de esquimós vivendo em Hudson Bay, no Canadá, algo do tamanho da Inglaterra, mas com pouquíssimos habitantes.
Considerado como o “pai dos documentários”, título concebido a Robert J. Flaherty, este passou anos estudando esse modo de vida, tudo com uma câmera na mão. Por uma fatalidade, todos os seus negativos foram perdidos, e ele teve que refazer tudo, desde o começo, agora com outra abordagem.Flaherty, então, decidiu filmar a vida de Nanook, líder dos esquimós daquela área, com uma família razoavelmente grande e seus cachorros de trenó. Nessas filmagens, vemos um Nanook sorridente, juntamente com sua esposa e filhos, caçando morsas, focas e construindo iglus para proteção contra o frio. Há, também, cenas mais paternais, como Nanook ensinando seu filho a caçar e aquecendo sua mão ou a mãe tirando o filho nu da toca do casaco para limpá-lo. Tudo isso com uma filmagem espetacular. É certo que há momentos que talvez não façam parte do cotidiano de um esquimó, mas é um documentário muito bonito de assistir.
Destaque para a caça da foca, que é bem divertida, e o desfecho, que é desesperador. Fatalmente, após as filmagens estarem concluídas, Nanook e sua família morreram durante uma forte nevasca, o que fez o filme ter uma repercussão publicitária maior, principalmente pelo final dele. Ainda me pergunto como é que Flaherty fez as cenas da nevasca!

4 estrelas!

EUA/FRA/Mudo P&B/79 min
Produção:  Robert J. Flaherty
Direção: Robert J. Flaherty
Roteiro: Robert J. Flaherty
Fotografia: Robert J. Flaherty
Música: Stanley Silverman

Elenco:

Nanook
Nyla
Cunayou 
Allee
Allegoo
Berry Kroeger (narrador - 1939, relançamento)

13

Dr. Mabuse, O Jogador/O Inferno do Crime (Dr. Mabuse, Der Spieler/Inferno des Verbrechens) – 1922

Em uma mistura de “Os Vampiros” com “O gabinete do Dr. Caligari”, Dr. Mabuse tem uma trama engenhosa, deslumbrante e cheia de ação. Apesar disso, há certo cansaço do espectador, não por ser um filme ruim, mas, talvez, por suas 4 horas de duração, que poderiam, com certeza, terem sido reduzidas a 2. Fritz Lang, entretanto, não deve ser menosprezado, e muito pelo contrário, ser eternizado por essa criação épica.
Dr. Mabuse (Rudolf Klein-Rogge) é um “mestre dos disfarces”, que tem um único propósito: ganhar dinheiro com o seu poder psíquico, que é a manipulação da mente humana a seu favor. Já de início, temos uma cena incrível, de um assalto a um documento dentro de um trem. E avançando na trama, adentramos no mundo dos jogos clandestinos, drogas e mulheres bonitas. Nesse mundo, também entra O Advogado do Estado von Wenk (Bernhard Goetzke), que desde o início tenta capturar o vilão que intitula o filme, mas que não sabe nem o nome do mesmo, até quase o fim da primeira parte.
Klein-Rogge surpreende o espectador com a memorável atuação de um psiquiatra meio maluco, que consegue tudo o que quer. Suas expressões são marcantes e impactantes, e isso dá certa sustentação ao filme, visto que os demais atores são bem inferiores a ele, à exceção de Bernhard, que tem seus bons momentos. Os grandes destaques do filme são para as cenas finais, onde vemos Mabuse num delírio frenético, vendo adornos de parede sendo transformados em maquinários sinistros, e também para a cena que muito nos remete ao Dr. Caligari, onde há cenas garrafais invadindo a tela, repetidas vezes. Além da música, que sem esquecer de mencionar, dá ao filme um ritmo melhor, algo a mais além da história, para não tornar a experiência cinematográfica insuportável.
É um filme muito bom, e deve ser imortalizado na história do cinema por ser violento, intenso, ousado (com algumas cenas de nudez), com clichês, previsível e doido, mas principalmente, por tudo isso interligado de maneira magistral. Mas prepare-se para gastar 4h do seu tempo nele!
4 estrelas! 

Alemanha/Mudo P&B/95 min (parte 1); 100 min. (parte 2)
Direção: Fritz Lang
Produção: Erich Pommer
Roteiro: Norbert Jacques, Fritz Lang,
Thea von Harbou
Fotografia: Carl Hoffmann
Música: Konrad Elfers

Elenco:

Rudolf Klein-Rogge
Alfred Abel
Aud Egede Nissen
Gertrude Welcker
Bernhard Coetzke
Kuhn Forster-Larrinaga Paul Ritchterll
Hans Adalbert Schlettow
Georg John
Grete Berger Julius Falkenstein.
Lydia Potechina
Anita Berber
Paul Biensfeldt
Karl Platen

Da demora das postagens - Desabafo



Acho importante essa troca com os meus leitores sobre as demoras das postagens, então decidi fazer esse post explicativo.

Como a maioria dos mortais, trabalho e estudo, e raramente tenho tempo para ver um filme, que dirá um filme longo, como alguns antigos da lista. Creio que não concluirei a minha meta de vê-los até o fim de 2012, mas peço que continuem acompanhando, porque apesar disso, o blog se tornou uma válvula de escape pra mim, onde posso fazer as minhas resenhas e fugir um pouco da "loucura" do dia-a-dia. 
Claro, existem os finais de semana para ver os filmes, mas eu mereço umas saidinhas de vez em quando, não é? haha!

Desculpem o post fora do contexto, sei que muitos não vão ler, ou vão achar bobo, mas continuarei postando com a freqüência de uma tartaruga (ou não, depende das minhas provas e trabalhos da faculdade!)
                                             Foi mal! D:

Obrigada gente! :D

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vencedores do Oscar 2011

Acabou. Os melhores (ou nem tanto) ganharam, e os que não foram tão bem assim ficaram na história de indicações da 83ª edição do Oscar.
Muitas premiações para "A Origem", o que me surpreendeu bastante. Subestimei um grande filme achando que a Academia o faria, e foi um erro.
A apresentação desse ano foi impecável, Anne Hathaway linda em seus mais diversos vestidos e James Franco aparecendo até de vestido rosa, com uma peruca loira!
Muitas premiações óbvias, outras nem tanto. Mas é assim, há 82 anos, não é? haha.

Tenho que pagar uma prenda, é verdade. Disse no post das apostas que se "I See the Light" não ganhasse melhor canção original, eu veria um filme ruim. Aguardo sugestões haha!

Aqui vai a lista dos Vencedores, e os que acertei de alguma forma, sendo primeiro ou segundo palpite


Direção de arte – Alice no País das Maravilhas
Fotografia – A Origem
Atriz Coadjuvante – Melissa Leo "O Vencedor"
Curta de Animação - The Lost Thing
Longa Animado – Toy Story 3
Roteiro adaptado – A  Rede Social
Roteiro original – O Discurso do Rei
Ator coadjuvante – Christian Bale "O vencedor"
Língua estrangeira – In a Better World
Edição de som – A Origem
Mixagem de som - A Origem
Trilha sonora- A Rede Social
Maquiagem – Lobisomem
Melhor figurino – Alice no País das Maravilhas
Documentário em Curta-metragem – Strangers no More
Curta metragem – God of Love
Documentário – Inside Job
Efeitos Visuais – A Origem
Melhor Montagem – Rede Social
Melhor Canção Original – We Belong Together “Toy Story 3”
Melhor Diretor - Tom Hooper "O Discurso do Rei"
Melhor Atriz - Natalie Portman "Cisne Negro"
Melhor Ator - Colin Firth "O Discurso do Rei"
Melhor Filme - O Discurso do Rei

Ano que vem estarei aqui novamente fazendo apostas, mesmo que eu não tenha acertado tantas como imaginei haha!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

12

A Sorridente Madame Beudet ( La Souriante Madame Beudet) – 1922

Não sabia do que se tratava esse média metragem de aproximadamente 40 minutos (apesar de, no livro, estar 54min), até vê-lo, de fato. Surpreendi-me de maneiras distintas: uma pela montagem impecável de Germaine Dulac, com elementos fantasiosos, e o trabalho com o sonho e a realidade além do que se vive. Porém, ressalto que não é um filme para se ver antes de morrer, a não ser que você esteja indo bem a fundo na história do cinema.
Considerado o primeiro marco do cinema feminista e experimental, o roteiro desse filme, por incrível que possa parecer, é estranhamente cansativo, apesar da duração curta. Senti-me assistindo a um capítulo dessas novelas mexicanas, em que a mulher, cansada de sua vida burguesa infeliz, deseja se livrar do marido. É interessante o modo como Dulac retrata a fantasia da monótona madame Beudet, fazendo-a sorrir só em seus sonhos. Como ela vive sonhando, está aí explicado o porquê do título; destaco, todavia, que o roteiro não é dos melhores, com uma história fraca e sem ritmo, “batendo sempre na mesma tecla”, como dizem.
Há vários elementos interessantes para ressaltar, pequenos detalhes que fazem deste filme um marco feminista: mulheres são retratadas, muito sutilmente, como superiores aos maridos, e há vários pontos interessantes, como o marido de uma personagem que escolhe cores de tecido e é omisso à mesma. Outra cena repleta de simbolismo é o vaso, que insistentemente é mexido por ambos moradores da casa, o que revela uma luta  de poderes, ainda que pequena. Germaine Dermoz fez um belo trabalho, assim como Alexandre Arquillière, como o marido de Madame Beudet. Mas, é um filme simplesmente para se ter uma referência histórica, porque definitivamente não é uma grande película a ponto de estar no livro.

Obs: Como foi difícil achar esse filme! Apesar de pequeno, é uma luta para achar uma cópia. E mesmo assim não sei se a minha é a integral.

3 estrelas pela montagem e  por seu valor histórico, e claro, para Dulac.



França/ Mudo P&B/ 54 min (38 na minha cópia!)
Direção: Germaine Dulac
Roteiro: Denys Amiel, André Obey
Fotografia: Maurice Forster, Paul Parguei

Elenco:

Alexandre Arquillière
Germaine Dermoz
Jean d’Yd
Madeleine Guitty