terça-feira, 27 de dezembro de 2011

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Foolish Wives (Esposas Ingênuas/Esposas Frívolas) – 1922

Depois de muito adiar para assistir um filme não tão longo, finalmente pude comprovar que a minha demora excessiva tinha fundamento. Esposas ingênuas conta a história do golpista Russo Karamzin e suas duas primas (ricos graças aos golpes, algo que é deduzido pelo próprio espectador), que querem tirar o dinheiro de sua próxima vítima: a mulher do embaixador dos EUA. Toda a temática se passa em Monte Carlo, onde vemos cenários muito bonitos, e takes que se multiplicam quando necessário, mostrando a competência do diretor/ator Erich von Stroheim, que também interpreta o anti-herói Conde Karamzin. Stroheim, inclusive, trabalha muito 
                                           bem com closes, cenas dramáticas e seus textos 
                                       são muito poéticos e apropriados para cada ocasião.
Se eu tivesse pulado para o final do filme, teria achado excelente, mas talvez pela história, talvez pelo clima parado e apático, os personagens não mostram nada a não ser a arrogância e tédio da classe alta; e a única que, de fato, no fim, mostra-se impressionantemente fantástica é a empregada Marushka (Dale Fuller), que protagoniza uma das melhores cenas (se não a melhor) do filme, onde vemos um prédio em chamas e, posteriormente, a mesma, encarando um penhasco, arruinada. Miss Dupont faz um trabalho razoável como esposa do embaixador, mas nem um pouco notável, ao passo que Maude Geoge, como a Princesa Olga, interpreta muito bem, mesmo que tenha sido ofuscada todas as vezes por Stroheim. Este, por sua vez, é inescrupuloso, covarde, mau caráter e enganador, e protagonizador das melhores cenas, entre elas, a da tempestade.
A impressão que me dá é que, por mais bonito e objetivo que o filme possa querer ser, ele não o é. E o final inesperado tem essa função porque o nexo entre o que acontece e o restante do filme simplesmente não encaixam! Claro, tudo tem um motivo, aparentemente, mas isso não foi deixado muito claro (lê-se nada claro). Meu palpite é que a explicação tenha sido perdida com os cortes famosos que fazem nos filmes de Stroheim.
Ademais, não considero nem a obra-prima do diretor, nem um filme para se ver antes de morrer; ainda, daria o nome de Mulheres ingênuas, porque todas caem nas graças do Conde. Ainda prefiro Ouro e Maldição.

 

2 estrelas

EUA / Mudo P&B / 85min
Direção: Erich Von Stroheim
Roteiro: Marian Ainslee, Walter Anthony, Erich von Stroheim
Fotografia: William H. Daniels, Bem F. Reynolds
Música: Sigmund Romberg

Elenco:

Rudolph Romberg
Miss Dupont
Maude George
Mae Busch
Erich on Stroheim
Dale Fuller
Al Admunsen
Cesare Gravina
Malvina Polo
Louis K. Webb
Mrs. Kent
C. J. Allen
Edward Reinach

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