Nosferatu, Uma Sinfonia do Horror (Nosferatu, Eine Simphonie des Grauens) -1922
Vampiro que faz garotas suspirarem e que brilha na luz? Que nada! Mas, é difícil falar de um filme de horror que foi feito em 1922, para pessoas que se assustavam com coisas diferentes das atuais, além de todas as limitações que o equipamento daquela época trazia. Porém, digo que Murnau conseguiu fazê-lo com maestria, além de introduzir diversos mitos vampirescos que até hoje perduram, em obras como Drácula, de 1931 e Nosferatu, de 1979. Isso tudo foi possível graças à grande obra do irlandês Bram Stoker, Drácula, de 1897. O clima lúgubre envolvente, junto com a sinfonia macabra ao fundo fez com que o expressionismo alemão de Nosferatu se consagrasse no cinema mundial.
Ênfase no trabalho com as luzes e sombras, nas cenas amplas (destaque para as partes dos navios e da jangada, descendo rio abaixo, além da cena clássica do caixão) e, obviamente, no que com certeza fez Nosferatu ser o que é: Max Schreck, como o Conde Orlok. Sem ele, e sem a direção de Munrau, essa obra passaria despercebida. Schreck atuou de forma tão simples e tão intensa, que dificilmente a caracterização dada por ele ao personagem será esquecida pelos espectadores. Sua cara grotesca, com seus olhos enormes e dentes pontiagudos deram ao filme a pitada perfeita do horror.
Entretanto, devo acrescentar alguns contras que comprometeram o longa e o tornaram deveras cansativo, em algumas passagens. De fato, por ser expressionismo e ser voltado para o teatro, certamente as atuações devem ser exageradas. Mas não tão exageradas, como a da personagem de Greta Schröder, Ellen, que beira o ridículo e dão certo ar cômico ao filme. Há, também, uma perda do foco em Nosferatu, dando abertura para um paralelismo irritante. Não posso, contudo, comprometer a importância desse filme para a história do cinema.
Curiosidades interessantes é acerca do sobrenome de Schreck significar, literalmente, “medo”, e que esse filme, por ser uma adaptação livre de Drácula, quase sofrer uma ordem judicial para suas cópias serem destruídas, a mando da viúva do autor, que não autorizou a gravação de Nosferatu.
(minha preferência pelo expressionismo alemão ainda é Dr. Caligari!)
3 estrelas para ele, e acho um exagero ter 2 páginas para esse filme no livro.
Alemanha/ Mudo P&B/ 94min
Direção: F.W. Murnau
Direção: F.W. Murnau
Produção: Enrico Dieckmann e Albin Grau
Roteiro: Henrik Galeen
Fotografia: Fritz Arno Wagner e Günther Krampf
Elenco:
Max Schreck - Graf Orlok
Gustav von Wangenheim - Hutter
Greta Schröder - Ellen Hutter
Alexander Granach - Knock
Georg H. Schnell
Ruth Landshoff
John Gottowt
Gustav Botz
Max Nemetz
Roteiro: Henrik Galeen
Fotografia: Fritz Arno Wagner e Günther Krampf
Elenco:
Max Schreck - Graf Orlok
Gustav von Wangenheim - Hutter
Greta Schröder - Ellen Hutter
Alexander Granach - Knock
Georg H. Schnell
Ruth Landshoff
John Gottowt
Gustav Botz
Max Nemetz
Wolfgang Heinz
Guido Herzfeld
AlbertVenohr
Hardy Von Francois