domingo, 30 de janeiro de 2011

Off Topic: Filmes de Janeiro.

Nem só de filmes antigos um cinéfilo precisa viver. Foi com esse objetivo que resolvi, a cada fim de mês, fazer um off topic dos filmes assistidos no cinema, e das novidades que prometem ou não.
E só um comentário à parte: não se enganem, não estou atrasada nos filmes. O grande problema é que acabo optando por outra ordem, que não a do livro, e isso impede a postagem (devo ter umas 10 resenhas prontas já haha!). Mas, sem delongas, eis aqui os filmes do mês!

O Mágico (L’Illusionniste)
O primeiro foi uma surpresa. Incrível como o cinema francês consegue inovar com essa bela animação. A história é sobre um mágico que vive no final da década de 50, o apogeu do cinema e do rock e, claro, a decadência de artistas como ventríloquos, palhaços e mágicos, ou seja, ele mesmo. Nessa trajetória, ele encontra uma menina que traz à sua vida um novo sentido, além de vários personagens decadentes, e alguns bailarinos engraçados.
O que eu mais gostei nesse filme foi o fato de não precisar de diálogos explícitos. Os personagens quase não falam, ou se falam, são só alguns efeitos sonoros muito rápidos. Por isso, nada vem pronto para nós, espectadores, coisa que aprecio. O final fica aberto a várias hipóteses, e não é um filme para crianças. Ainda não vi “Bicicletas de Belleville”, obra desse mesmo diretor, mas já gostei do trabalho dele!
(visto em 17/01 com a mãe e o irmão mais novo haha)
Direção: Sylvain Chomet
Roteiro: Jacques Tati, Sylvain Chomet
Produtores: Bob Last, Sally Chomet

Elenco:
Jean-Claude Donda (The Illusionist / French Cinema Manager)
Edith Rankin (Alice)
Duncan MacNeil (Additional Voices)
Raymond Mearns (Additional Voices)
James T. Muir (Additional Voices)
Tom Urie (Additional Voices)
Paul Bandey (Additional Voices)
País de Origem: França


Enrolados (Tangled)

Mais um que não decepciona esse mês. Enrolados, da Disney, conta uma versão mais moderna do conto dos irmãos Grimm, Rapunzel, onde há uma “vilã” meio caracterizada como uma bruxa, mas que apenas utiliza Rapunzel por causa de seus cabelos mágicos, que trazem a juventude eterna quando uma música é cantada. Arrisco dizer que desde 2005 a Disney, sozinha, não fazia um grande filme. A Pixar tem feito excelentes animações e mesmo que ela tenha sido comprada pela Disney, eles estão acertando bem mais em suas animações. A Princesa e o Sapo em 2009 foi ok, só não achei nada demais, a não ser o fato de ter a primeira princesa negra da história dos desenhos animados da Disney. Em enrolados, contamos com vários personagens carismáticos que dão mais vida à trama. Temos Maximus, o cavalo, que mais parece um cachorro; e claro, não podemos esquecer o simpático camaleão de Rapunzel, que acompanha ela até o final. Há também vários brutamontes, que conhecemos logo no início, todos eles com seus sonhos, do teatro até o piano. E é nesse pano de fundo onde se monta um desenho que tem tudo para perdurar por anos, como A bela e a Fera de 1991, ou mesmo Pinóquio, de 1940.

Vi ele dublado, o que pode ser uma surpresa para muitas pessoas, visto que o protagonista tem a voz emprestada de Luciano Huck. Claro que como ele não é ator, dificilmente vai dar ao personagem a emoção que ele necessita em uma animação, mas, mesmo assim, é ótimo, e o espectador acaba se acostumando (não tem outro jeito não é?), com o passar da história. Também vale a pena ver em 3D, principalmente na cena dos balões na água, é espetacular.

(visto em 18/01/2011, com o namorado. Sim, fui ao cinema duas vezes seguidas haha!)
Direção: Byron Howard, Nathan Greno
Roteiro: Dan Fogelman, Jacob Grimm,Wilhelm Grimm
Produtores: Roy Conli

Elenco:

Grey DeLisle (Madame Gothel / Bruxa malvada (Voz))
Jim Cummings (Homem bolo (Voz))
Ron Perlman (Stabbington Brother (Voz))
Mandy Moore (Rapunzel (Voz))
Donna Murphy (Mother Gothel (Voz))
Zachary Levi (Príncipe Flynn (Voz))
David Schwimmer (Padre Sam / Sr. Sunton (Voz))
Matthew Gray Gubler (Príncipe Flynn jovem (Voz))
M.C. Gainey (Captain of the Guard (Voz))
Paul F. Tompkins (Short Thug (Voz))
Jeffrey Tambor (Lord Jamie (Voz))
Brad Garrett (Hookhand (Voz))
País de Origem:Estados Unidos da América

AVALIAÇÃO: ÓTIMO
DOWNLOAD (Torrent CAM + legenda)
(quando houver uma qualidade melhor, substituirei aqui.)


O Solteirão (Greenberg) -2010
Ok, eu sei que não é um filme de janeiro e nem estréia, mas precisava comentá-lo porque ele me surpreendeu de maneira negativa e porque tem bastante gente dizendo que ele é bom (e eu vi ele em janeiro, obviamente haha). Ben Stiller aparece numa atuação dramática diferente nesse filme, mas muito bem, como sempre faz. O título engana pela tradução, que não tem nada que remeta ao original, e o faz parecer que se trata de mais uma comédia de Stiller, quando não passa nem perto disso. É um drama pesado, maçante, e Noah Baumbach tenta vender algo intragável, que alguns chamam de “genial” (fiquei com medo de conferir o restante das obras dele). Nessa caminhada de filmes antigos, posso dizer com certeza quando algo é absurdamente brilhante. É quando você fica tão extasiado com o que está em sua frente que esse sentimento perdura por tempos após o filme, e ele fica em sua memória, como uma lembrança boa. Nesse, entretanto, vi com certa inquietação, me distraí muitas vezes e só fui até o fim porque sou teimosa, e não gosto de deixar nada pela metade. A atuação de Ben é até bem impactante para um drama, vi outro lado dele que não conhecia, mas o único propósito de ele ser o principal é para sustentar o bando de amadores que trabalharam com ele. Alguns foram muito bem, como a personagem Florence (Greta Gerwig) ou o cachorro Mahler haha! O personagem de Stiller também não tem nenhum atrativo. Síntese: filme bem ruim.
É uma daquelas películas que definitivamente não recomendo, a não ser que você esteja nadando no rio da depressão e queira se afogar, ou queira ser diferente dos outros e dizer que gostou. Mas, é como sempre digo: tem gosto para tudo, e filme para todos.
(visto em 21/01/2011 com a mãe e o namorado, que detestaram também!)
Direção: Noah Baumbach
Roteiro: Jennifer Jason Leigh, Noah Baumbach
Produtores: Jennifer Jason Leigh, Lila Yacoub, Scott Rudin

Elenco:
Mark Duplass (Eric Beller)
Chris Messina (Phillip Greenberg)
Trent Gill (Kid at Stereo)
Susan Traylor (Kid at Stereo)
Max Hoffman (Jerry)
Greta Gerwig (Florence)
Rhys Ifans (Ivan Schrank)
Dave Franco (Rich)
Ben Stiller (Roger Greenberg)
Merritt Wever (Gina)
Mina Badie (Peggy)
Blair Tefkin (Megan)
Jennifer Jason Leigh (Beth)
Juno Temple (Muriel)
Zosia Mamet (Guest)
País de Origem:Estados Unidos da América

AVALIAÇÃO: HORRÍVEL
(desculpem, não achei o trailer com legenda!)


DOWNLOAD (Torrent + Legenda)


E encerro aqui meu primeiro off topic do ano pessoal! Espero que estejam gostando do blog (:

sábado, 29 de janeiro de 2011

4

Os Vampiros (Les Vampires) - 1915

Fiquei sem palavras depois de ter assistido esse espetáculo de filmagem e atuação. Há tantas coisas boas nesse filme que dificilmente se torna cansativo; devo acrescentar, entretanto, que deve ser visto com calma, já que é dividido em partes. Totalizando 10 episódios segmentados, o filme conta a história de uma gangue de assassinos e ladrões chamada “Vampiros”, que utiliza técnicas de espionagem avançadas (onde vemos um canhão saindo de uma parede, ou passagens secretas em pontos estratégicos do cenário) e realiza assaltos espetaculares.

Musidora (Irma Vep) rouba a cena quando aparece em seus mais diferentes disfarces. Destaque para o simpaticíssimo Marcel Lévesque ( Oscar Mazamette) que cresce até mais que o personagem principal Philippe Guerandé (Edouard Mathé), que a partir do quarto episódio, já se mostra ofuscado pela forma como Mazamette aparece em cena. Isso, todavia, não comprometeu de forma alguma essa obra-prima que tive o prazer de ver antes de morrer. As cenas de dança, de evasão da gangue, dos acossamentos, tudo é genial. Dou ênfase à direção espetacular de Louis Feuillade, que a cada episódio vai crescendo, com cenas de perseguição (principalmente quando Mazamette e Guerandé estão atrás de Irma Vep, numa fuga sobre rodas) e inovações não só na direção, como em um roteiro excepcional. Tudo se encaixa intrinsecamente em cada episódio seguinte ao anterior, e, habilmente, ele fez com que personagens, que pareciam sem importância, tivessem um crescimento na trama. Vale ressaltar que a música também é fundamental para o andamento do filme, assim como a fotografia e que, ambas, dispensam comentários, porque são excelentes.

Considero um grande marco para o cinema ser o que ele é hoje. E lembrando que, em plena 1ª Guerra Mundial, Feuillade foi certeiro na escolha do roteiro. Uma curiosidade interessante é que Musidora era uma acrobata, então era ela mesma quem fazia as cenas de fuga nos telhados.
Segue a lista dos 10 episódios:
A cabeça cortada (The Severed Head)
O anel que mata (The ring that kills)
O Criptograma vermelho (The red codebook)
O espectro (The Spectre)
A fuga do Morto ( Dead man’s escape)
O olhar hipnotizante ( Hypnotic Eyes)
Satanás (Satanás)
O Mestre do Trovão ( The Thunder Master)
O Envenenador (The Poisoner)
Núpcias Sangrentas (The Terrible Wedding)
Meu primeiro 5 estrelas!!
França/ Mudo P&B/ 440 minutos

Direção: Louis Feuillade
Roteiro: Louis Feuillade
Música: Robert Israel

Elenco:
Musidora – Irma Vep
Edouard Mathé – Philippe Guérante
Marcel Lévesque – Oscar Mazamette
Jean Aymé

Fernand Hermann
Stacia Napierkowska

sábado, 15 de janeiro de 2011

3

O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation) -1915

Dando um salto no tempo, vamos para 1915, ano do nascimento de umas das obras-primas mais controversas já feitas por Griffith, presença em peso no livro. Não se prendendo às críticas e ao conteúdo do filme (baseado na peça explicitamente racista de Thomas Dixon “The Clansman: An Historical Romance of Ku Klux Klan”), Griffith montou, numa magistral película, uma verdadeira obra de arte. A fotografia do filme é linda, e cenas como as do campo de batalha ou mesmo a do negro Gus perseguindo uma das filhas da família Cameron merecem uma atenção especial. A sequência de cenas, sejam elas paradas (como os closes dramáticos), sejam em movimento (filmagem da corrida dos cavalos), precisa ser eternizada. Destaque para a trilha sonora orquestrada de gosto impecável, que deixa um ar de tensão nas horas certas.
O filme, na primeira parte, conta a história de duas famílias, os Cameron da Carolina do Sul, e o Stoneman, da Carolina do Norte, prestes a estourar a Guerra da Secessão (EUA, 1861 a 1865). Na segunda parte, vemos as conseqüências da guerra nessas famílias, nos seus respectivos estados (principalmente no sul, claro), e o nascimento do KKK (Ku Klux Klan).
Ver filmes como esse é um desafio, pois foi feito em uma época passada, para um público com outro tipo de pensamento. É certo que este filme é considerado um dos mais reverenciados por suas técnicas inovadoras, mas também repudiado pela história, onde vemos negros sendo interpretados como pessoas baderneiras, mal-educadas e incontroláveis; só não acho, entretanto, que devamos julgar o trabalho magnífico que esse diretor executou.
Os únicos contras do filme são justamente os que direi em todos os filmes mudos: a falta de diálogo direto, que faz muitas vezes o filme parar. Fora isso, é uma grande obra, mas que deve ser assistido por alguém que realmente se interessa pelo início dos grandes efeitos visuais do cinema através dos anos e claro, alguém que não se importe com o racismo descarado da obra.
Darei 4 estrelas para ele também! haha
EUA/Mudo P&B/190min
Direção: D.W. Grifffth
Produção: D. W Griffith

Roteiro: Frank E. Woods, D.W Griffith, baseado nos livros The Clansman: An Historical Romance of Ku Klux Klan e The Leopard’s Spots, e na peça The Clansman, de Thomas F. Dixon Jr.
Fotografia: G.W. Bitzer
Música: Joseph Carl Breil, D.W Griffith

Elenco

Lillian Gish
Mae Marsh

Henry B. Walthall
Miriam Cooper
Mary Alden
Ralph Lewis
George Siegmann
Walter Long
Robert Harron
Wallace Reid
Joseph Henabery
Elmer Clifton
Josephine Crowell
Spottiswoode Aitken
George Beranger

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

2

O grande roubo do Trem (The Great Train Robbery) -1903

Numa época em que não eram conhecidas as mais variadas técnicas cinematográficas, e muitas vezes não se dispunham de equipamentos adequados para filmagem, poucos foram os diretores que conseguiram fazer um filme tão completo como o de Edwin S. Porter, que mesmo mudo, soube transpassar para as telas um excelente entretenimento.
Considerado por muitos críticos e conhecedores do cinema como o pioneiro do Faroeste, essa película merece seu lugar de destaque neste livro enorme.




Todas as cenas são interligadas magistralmente, sem interrupções, que não foi o caso de Viagem à Lua, por exemplo. Nessas sequências, a passagem de cena para cena é imperceptível, e o que eu considero como um marco evolutivo no cinema. Em síntese, não esperava nada por esse curta de aproximadamente 12 minutos, mas me surpreendeu bastante, principalmente na cena da dança, que vi com um sorriso no rosto, e na cena da perseguição a cavalo, que achei fantástica. E é o primeiro filme, que, talvez, tenha aparecido nitidamente um rosto (pelo menos que eu tenha conhecimento haha).
4 estrelinhas para ele também!

EUA / Mudo P&B (colorido à mão) / 12 min
Direção: Edwin S. Porter
Roteiro: Scott Marble, Edwin S. Porter
Fotografia: Edwin S. Porter, Blair Smith

Elenco

A.C. Abadie
Gilbert M. 'Bronco Billy' Anderson
George Barnes
Walter Cameron
Frank Hanaway
Morgan Jones
Tom London
Marie Murray
Mary Snow



DOWNLOAD (Megaupload - 343,6 MB)

1

Viagem à lua (Le Voyage dans La Lune) – 1902

Começando devagar, e muito bem, diga-se de passagem! Uma belíssima película que marcou sua época pelo tempo de duração, visto que os curtas desse período não duravam mais do que dois minutos. Ver esse curta é fazer uma viagem de quase 109 anos, para a mente de um diretor espetacular. Suas habilidades teatrais e mágicas deram a Georges Meliès uma grande liberdade quanto ao trabalho realizado. O filme é de uma criatividade incrível, com muitos efeitos interessantes. Pioneiro da ficção científica, tem cenas divertidíssimas.

Alguns contras que se percebe referem-se tão somente
ao débil equipamento utilizado, de extrema limitação. Também não gostei da forma como tratam esse curta, incrementando narrações, músicas diferentes. De fato, perdi um pouco da vontade de continuar assistindo por causa da narração em inglês de uma versão que não a original. Afora isso, a cena do foguete na Lua é sensacional. Merece, com certeza, suas duas páginas.
França / Mudo P&B / 14 min
Direção: Georges Méliès
Produção: Georges Méliès
Roteiro: Georges Méliès, baseado no livro Viagem à Lua, de Júlio Verne
Fotografia: Michaut, Lucien Tainguy

Elenco

Victor André
Bleuette Bernon
Brunnet
Jeanne d'Alcy
Henri Delannoy
Depierre
Farjaut
Kelm
Georges Méliès

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O projeto.


Comecei isso como uma brincadeira que nunca saiu do papel, de fato. Tenho esse livro, "1001 Filmes para Ver antes de Morrer" e estava super empolgada com ele no início. Mas o abandonei, e o vi ali, jogado, pedindo para dar a ele a atenção que merece. Foi daí que surgiu a idéia de registrar nesse novo blog as minhas experiências cinematográficas e me impus um limite.
Dizem que em 2012 tudo se acaba, e baseada nisso, tenho até dezembro deste mesmo ano para acabar esse projeto. Desejem-me sorte nessa empreitada, pretendo ir até o fim e experimentar diferentes diretores, roteiristas, atores e atrizes geniais. Também passarei por filmes ruins, acredito, e filmes difíceis de se conseguir, mas tenho certeza que conseguirei!

Vou tentar manter isso o mais organizado possível! Aguardem!