terça-feira, 27 de março de 2012

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O Monstro do Circo (The Unknown) -1927

Às vezes me pergunto se tenho ou não tino para genialidades, e acabo descobrindo que talvez eu não o tenha (já me mandaram até curar a ressaca para assistir filmes, né Dilberto? haha). Questiono bastante o livro quando encontro obras como essa com uma página inteira. O monstro do Circo conta a história de um homem que finge não ter braços, mas que na verdade os têm, porém com uma pequena anomalia: dois dedões em uma das mãos.
Lon Chaney interpreta Alonzo, dono dessa peculiaridade e apaixonado por Nanon (Joan Crawford em um de seus primeiros papéis de destaque), uma mulher que tem fobia de ser tocada por homens, o que é um ponto extra para o protagonista. Devo dizer que a atuação de Chaney é assombrosamente impecável, indo de um extremo a outro com a maior naturalidade, como em uma cena, onde ele ri descontroladamente e lacrimeja; ressalto, entretanto, que gostei mais dele em O Fantasma da Ópera, mesmo com toda a maquiagem. Fiquei impressionada com as cenas em que Alonzo precisa fazer coisas triviais, mas com os pés. Exemplos disso são fumando, tomando vinho, ou até mesmo tocando violão. Pareceu, inclusive, que não era ele, e, de fato, fiquei na dúvida, no fim das contas.
Não acho que seja um filme para se ver antes de morrer, a não ser que você seja um fã fervoroso de Chaney (que não posso questionar em seu profissionalismo) ou goste de ver filmes antigos e curtos, como é o caso de O Monstro do Circo. Vale a pena pela atuação de Chaney apenas, porque nem o roteiro, nem a direção de Tod Browning, que em “Dracula” de 1931 me agradou bastante, me conquistaram aqui.

3 estrelas, mais uma vez me deparando com uma crítica pobre de argumentos do livro, que conta toda a história da trama.

EUA (MGM) 65 min. Mudo P&B
Direção: Tod Browning
Roteiro: Tod Browning, WaldemarYoung
Fotografia: Merritt B. Cerstad

Elenco: 
Lon Chaney
Norman Kerry
Joan Crawford
Nick De Ruiz
John George 
Frank Lanning
Polly Moran


sexta-feira, 16 de março de 2012

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A General (The General) - 1927

Buster Keaton nunca decepciona. Apesar de suas comédias leves e curtas, ele consegue cativar qualquer espectador com seu jeito atrapalhado e com suas histórias com um tom cômico e sério, ao mesmo tempo. Nesta, vemos Keaton com um cabelo mais comprido, engenheiro de um trem de 1861, época da Guerra Civil dos Estados Unidos, do Sul contra o Norte. Johnnie Gray (Keaton) é o primeiro a tentar se alistar, por conta de sua namorada Anabelle Lee (Marion Mack), cujo pai e irmão também iriam para a Guerra e é questão de honra fazê-lo. Porém, ele não é convocado, e fica extremamente decepcionado, já que seu namoro dependia disso. É desse ponto que surge a história principal, recheada de ação e humor: o roubo da Locomotiva de Johnnie, “ A General”.

Há várias cenas engraçadas que vale a pena ressaltar, como o modo com que ele vai tirando e colocando armadilhas nos trilhos e o trabalho corporal exigido, o qual o ator nunca mede esforços, seja cortando lenha, seja indo de um ponto a outro da máquina, para usar tudo a seu favor. O final é previsível, mas isso não compromete de maneira alguma a trama, que tem muito movimento e raramente fica cansativa. A partir do terceiro filme visto, já vemos uma preferência no modo de filmagem e até mesmo de certas cenas; nesse filme, entretanto, apesar de começar como os outros, acaba se transformando, pois encontramos uma grande movimentação, não como Sete Oportunidades ou Sherlock Jr, mas além, com uma câmera frenética captando cada trilho andado, cada expectativa do personagem, cada perseguição. A música é muito bem empregada, dando mais vida às fugas, mas ela acaba se repetindo diversas vezes, algo bem perceptível. A câmera é bem diversificada, tanto em movimento quanto parada, mas sem perder o ritmo do filme. Não sei como Charles Chaplin pode ser endeusado e Buster Keaton não. Acho os dois geniais.

Super recomendado, para ser visto em um domingo à tarde, para aqueles que quiserem fugir dos programas dominicais massacrantes ou de um filme que já tenha passado 800 vezes na TV. Mas, ele ainda é preto e branco e mudo, então talvez algumas pessoas possam vir a ter preconceito, como um dia eu já tive. Estas perderão um filme muito gostoso de assistir, diga-se de passagem. Vale a pena ver antes de morrer!

4 Estrelas ! Apenas não darei 5 porque Sherlock Jr. ainda é meu preferido, até por ter sido o filme em que conheci o grande trabalho de Keaton!



EUA/Mudo P&B (Sepiatone)/75 min
Direção: Clyde Bruckman, Buster Keaton
Produção: Buster Keaton, Joseph M. Schenck
Roteiro: Al Boasberg, Clyde Bruckman
Fotografia: Bert Haines, Devereaux Jennings
Música: Robert Israel, William P. Perry

Elenco:

Marion Mack
Charles Smith
Richard Allen
Glen Cavender
Jim Farley
Frederick Vroom
Joe Keaton
Mike Donlin
Tom Nawn
Buster Keaton


terça-feira, 6 de março de 2012

#Selinho!

                          

Sempre fico boba quando lembram de mim com esses selinhos!
A Lê do Crítica Retrô Me mandou um selinho "Blog Cute" :D
Obrigada Lê!

Ela pediu pra eu escolher 4 outros blogs, então aí vão:

- Café TPM, da Karla (Blog de Literatura, muito bom! 2º selinho que mando pra ela hahaha)
- Luma Kimura, da própria Luma (Tem tudo quanto é projeto lá, de livros, filmes e mais, muito legal!)
- A Hidden palace, da Lizzie (Fala tanto de livros quanto de filmes)
- Helpeando, do André (o namors :P vai adorar um selinho cute hehehe - blog com dicas e tutoriais)

Bem, é isso :)

sexta-feira, 2 de março de 2012

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Aurora (Sunrise) – 1927

O primeiro filme americano com liberdade orçamental do gênio do expressionismo alemão e, em minha opinião, o mais singelo e bonito trabalho de F. W. Murnau. Aurora conta a história de um fazendeiro que trai sua mulher com a moça da cidade, e pretende matá-la afogada de forma acidental, para poder vender a sua propriedade e fugir com a moça que o seduziu.

Mais do que tudo, não é à toa que este filme recebeu o prêmio de “Produção Artística Notável”. Ele é dotado de tantos detalhes que não posso deixar de enumerá-los: a montagem que Murnau sempre faz de forma magistral, a sutileza dos efeitos sonoros junto com a melodia, os cenários e as emoções dos atores; tudo combina para este filme ser muito mais do que um filme de amor. Janet Gaynor, como a esposa, fez um papel magnífico, fazendo o espectador rir e chorar. Também George O’Brien como um fazendeiro bruto, mas cheio de sentimentos, que vão desde a loucura até o arrependimento e posteriormente a reconquista do amor outrora perdido.

A meu ver, a película nos mostra como um casamento pode perder todo o brilho com o dia-a-dia. O casal é mostrado cansado, o homem desinteressado, com uma rotina que só é quebrada com a interrupção da moça da cidade. Interpretada por Margaret Livingston, esta, também, fez um grande trabalho. Em uma de suas cenas, inclusive, ela aparece como um espectro que assombra o fazendeiro, seduzindo-o até quando não está por perto. Quando o casal percebe que ainda pode se divertir junto, brincar e se apaixonar novamente, é daí que surge o brilho do filme, que nos deixa com um sorriso no rosto até o final.

Infelizmente, ele foi um fracasso de bilheteria na época e Murnau acabou morrendo em um acidente de carro poucos anos depois. Porém, seu filme marcou não só a geração do cinema mudo, como também diversas obras da geração subseqüente. Ainda, faço uma observação em relação a Janet Gaynor, com seus cabelos soltos no fim, mais linda do que nunca. Ela me lembrou um pouco das expressões da Drew Barymore!

Com certeza, 5 estrelas!  

EUA/ Mudo P&B/ 97 min.
Direção: F. W. Murnau
Produção: William Fox
Roteiro: Hermann Sudermann, Carl Mayer
Fotografia: Charles Rosher, Karl Struss 
Música: Timothy Brock, Hugo Rlesenfeld

Elenco: 

George O'Brien
Janet Caynor
Margarett Livingston
Bodil Rosing
J. Farrell MacDonald
Ralph Sipperly
Jane Winton
Arthur Housman,
Eddie Boland
Barry Norton

Oscar: William Fox (produção artística e notável), Janet Gaynor (atriz),  Charles Rosher e Karl Struss
(fotografia);
Indicação ao Oscar: Rochus Cilese (Direção de arte)