segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vencedores do Oscar 2011

Acabou. Os melhores (ou nem tanto) ganharam, e os que não foram tão bem assim ficaram na história de indicações da 83ª edição do Oscar.
Muitas premiações para "A Origem", o que me surpreendeu bastante. Subestimei um grande filme achando que a Academia o faria, e foi um erro.
A apresentação desse ano foi impecável, Anne Hathaway linda em seus mais diversos vestidos e James Franco aparecendo até de vestido rosa, com uma peruca loira!
Muitas premiações óbvias, outras nem tanto. Mas é assim, há 82 anos, não é? haha.

Tenho que pagar uma prenda, é verdade. Disse no post das apostas que se "I See the Light" não ganhasse melhor canção original, eu veria um filme ruim. Aguardo sugestões haha!

Aqui vai a lista dos Vencedores, e os que acertei de alguma forma, sendo primeiro ou segundo palpite


Direção de arte – Alice no País das Maravilhas
Fotografia – A Origem
Atriz Coadjuvante – Melissa Leo "O Vencedor"
Curta de Animação - The Lost Thing
Longa Animado – Toy Story 3
Roteiro adaptado – A  Rede Social
Roteiro original – O Discurso do Rei
Ator coadjuvante – Christian Bale "O vencedor"
Língua estrangeira – In a Better World
Edição de som – A Origem
Mixagem de som - A Origem
Trilha sonora- A Rede Social
Maquiagem – Lobisomem
Melhor figurino – Alice no País das Maravilhas
Documentário em Curta-metragem – Strangers no More
Curta metragem – God of Love
Documentário – Inside Job
Efeitos Visuais – A Origem
Melhor Montagem – Rede Social
Melhor Canção Original – We Belong Together “Toy Story 3”
Melhor Diretor - Tom Hooper "O Discurso do Rei"
Melhor Atriz - Natalie Portman "Cisne Negro"
Melhor Ator - Colin Firth "O Discurso do Rei"
Melhor Filme - O Discurso do Rei

Ano que vem estarei aqui novamente fazendo apostas, mesmo que eu não tenha acertado tantas como imaginei haha!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

12

A Sorridente Madame Beudet ( La Souriante Madame Beudet) – 1922

Não sabia do que se tratava esse média metragem de aproximadamente 40 minutos (apesar de, no livro, estar 54min), até vê-lo, de fato. Surpreendi-me de maneiras distintas: uma pela montagem impecável de Germaine Dulac, com elementos fantasiosos, e o trabalho com o sonho e a realidade além do que se vive. Porém, ressalto que não é um filme para se ver antes de morrer, a não ser que você esteja indo bem a fundo na história do cinema.
Considerado o primeiro marco do cinema feminista e experimental, o roteiro desse filme, por incrível que possa parecer, é estranhamente cansativo, apesar da duração curta. Senti-me assistindo a um capítulo dessas novelas mexicanas, em que a mulher, cansada de sua vida burguesa infeliz, deseja se livrar do marido. É interessante o modo como Dulac retrata a fantasia da monótona madame Beudet, fazendo-a sorrir só em seus sonhos. Como ela vive sonhando, está aí explicado o porquê do título; destaco, todavia, que o roteiro não é dos melhores, com uma história fraca e sem ritmo, “batendo sempre na mesma tecla”, como dizem.
Há vários elementos interessantes para ressaltar, pequenos detalhes que fazem deste filme um marco feminista: mulheres são retratadas, muito sutilmente, como superiores aos maridos, e há vários pontos interessantes, como o marido de uma personagem que escolhe cores de tecido e é omisso à mesma. Outra cena repleta de simbolismo é o vaso, que insistentemente é mexido por ambos moradores da casa, o que revela uma luta  de poderes, ainda que pequena. Germaine Dermoz fez um belo trabalho, assim como Alexandre Arquillière, como o marido de Madame Beudet. Mas, é um filme simplesmente para se ter uma referência histórica, porque definitivamente não é uma grande película a ponto de estar no livro.

Obs: Como foi difícil achar esse filme! Apesar de pequeno, é uma luta para achar uma cópia. E mesmo assim não sei se a minha é a integral.

3 estrelas pela montagem e  por seu valor histórico, e claro, para Dulac.



França/ Mudo P&B/ 54 min (38 na minha cópia!)
Direção: Germaine Dulac
Roteiro: Denys Amiel, André Obey
Fotografia: Maurice Forster, Paul Parguei

Elenco:

Alexandre Arquillière
Germaine Dermoz
Jean d’Yd
Madeleine Guitty

11

Ófãos da Tempestade (Orphans of the Storm) - 1921

Desde que comecei o projeto, nunca pude questionar o talento e a competência de Griffith, que sempre executou suas obras com genialidade e grandeza. Juntamente com Lillian Gish, eles fazem uma dupla implacável, o que é, de fato, admirável. Entretanto, esse filme deixou um pouco a desejar, principalmente pelo roteiro, que é fraco e previsível. Talvez para a época não fosse, mas me senti vendo um filme das Gêmeas Olsen em plena Revolução Francesa.
Lillian e Dorothy Gish, em atuações muito convincentes, são Henriette e Louise Girard, irmãs de criação cujos pais morrem pela Peste, e acabam ficando sozinhas. Louise fica  cega por conta de uma doença, e Henriette se torna seus olhos, e toma a decisão de ir até Paris para curá-la. É lá que elas são separadas, Henriette por aristocratas tiranos e viciados em orgias e Louise por uma família que a usa para conseguir dinheiro. O filme não muda muito daí para frente, mas a fotografia é linda. Por minha cópia estar sem som, acredito que prejudicou muito o andamento. Convenhamos, um filme mudo sem som algum, e tendo mais de duas horas, se torna extremamente cansativo. Mas a história, de certa forma, andou bem, mesmo sem som. As atuações das duas meninas ajudaram bastante, junto com a grandeza dos cenários e a quantidade significativa de figurantes, os quais Griffith trabalha muito bem; todavia, isso não compensa o roteiro, que é enfadonho e clichê.
Não sei, sinceramente, porque esse filme consta na lista, porque não vi nada demais nele, senão os fatores citados acima. Por isso, darei 3 estrelas, porque os contras que comprometem a obra são maiores do que os prós.

EUA / Mudo P&B/ 150min
Direção: D.W. Griffith
Produção: D.W. Griffith
Roteiro: D.W Griffith, baseado na peça “The Two Orphans”, de Eugène Cormon e Adolphe d’Ennery
Fotografia: Paul H. Allen, G.W. Bitzer e Hendrik Sartov
Música: Louis F. Gottschalk, William F. Peters

Elenco

Lillian Gish -  Henriette Girard
Dorothy Gish - Louise Girard
Joseph Schildkraut - Chevalier de Vaudrey
Frank Losee -  Count de Linieres
Katherine Emmet - Countess de Linieres
Morgan Wallace - Marquis de Praille
Lucille La Verne - Mother Frochard
Sheldon Lewis - Jacques Frochard
Frank Puglia - Pierre Frochard
Creighton Hale -  Picard
Leslie King - Jacques-Forget-Not
Monte Blue - Danton
Sidney Herbert - Robespierre
Lee Kohlmar - King Louis XVI
Marcia Harris - Henriette's landlady


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

10

Carruagem Fantasma (Körkarlen) - 1921

Fiquei encantada com essa película. Ela tem um ritmo tão interessante que não cansa, e as falas têm um intervalo de tempo perfeito entre uma cena e outra, fazendo esse mesmo ritmo não se perder. A fotografia lúgubre e nefasta, remetendo sempre ao sobrenatural e ao mistério acerca das almas condenadas numa espécie de Limbo terrestre merece destaque, assim como a montagem espetacular, que é todo no campo espiritual e com flashbacks esporádicos. Usando sem reservas as técnicas de transparência e sobreposição de imagens, Victor Sjöström se lançaria ao mundo com esse filme sueco executado com uma competência magistral . Cenas como a carruagem sobre as ondas do mar, o cocheiro retirando uma alma sob a água, e as tiradas de almas dos corpos foram as precursoras no cinema, elementos nunca vistos até então.
A história é sobre a lenda da Carruagem Fantasma, mas o foco é na decadência de David Holm (Sjöström), um homem que viu sua existência desmoronar após uma vida desregrada pelo álcool. Começamos o filme com uma mulher doente, sem entender nada, e então a história se desenrola formidavelmente. A mulher de  David o abandona (Hilda Borgström em uma atuação espetacular) e ele se vê cada vez mais no fundo do poço, quando é amparado por irmãs em um abrigo, uma delas a enferma inicial (Astrid Holm também faz uma excelente performance). Reza a lenda que o homem que morrer à meia noite da véspera de ano-novo será o novo cocheiro da carruagem, onde 1 dia terrestre equivale a 100 anos nesse limbo inventado.
Apesar de todos esses enfoques, a história em si é sobre redenção, e sobre como Deus pode interferir em nossas vidas, com um final surpreendente. É um pouco ingênua, pois foi feita há 80 anos, mas continua sendo um “must see”. Parada obrigatória no cinema, vale a pena.

Curiosidade: Fim, em sueco, significa vagabunda em inglês! Haha!
Darei 4 estrelas, mesmo assim.

Suécia/ Mudo P&B/ 93 min
Direção: Victor Sjöström
Produção: Charles Magnusson
Roteiro: Victor Sjöström, baseado no livro de Selma Lagerlöf de 1912, com o mesmo nome
Fotografia: Julius Jaenzon

Elenco:

Victor Sjöström,
Hilda Borgström
Tore Svennberg
Astrid Holm
Concordia Selander
Lisa Lundholm
Tor Weijden
Eimar Axelsson
Olof Ás
Nils Ahrén
Simon Lindstrand
Nils Lithman
John Ekman

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

9

Within our Gates – 1920

Após cinco anos desde a criação de Griffith, “O Nascimento de uma nação”, Micheaux, o pai do cinema afro-descendente, cria essa que é quase uma contra-resposta a ele. Within our Gates (Tradução literal: Dentro de nossos portões) conta a história de Sylvia Landry, uma professora sulista negra que viaja ao Norte para levantar fundos para a sua escola. Nessa jornada, conhecemos vários personagens que vão se ligando com o passar do tempo, o que torna a trama muito mais concreta. É um filme bastante contundente, com uma duração razoável e é bem realista para a época, de uma forma mais polida. A atuação de Evelyn Peer (Sylvia), ainda assim, é muito convincente, principalmente em uma das cenas finais, onde há uma luta entre ela e um branco.

Destaque para o Reverendo Ned, que protagoniza uma das cenas mais engraçadas do filme, e a extremamente racista Geraldine Stratton (Bernice Ladd), que tenta convencer a benfeitora Elena Warwick (Mrs. Evelyn) a não ajudar Sylvia em sua busca por recursos à escola para negros.
É um filme não muito bom, mas sua aparição no livro deve-se ao fato de ser uma divisória para os afro-descendentes, que até então não tinham um filme representativo sobre eles no cinema, a não ser a afronta de Griffith, sobre o KKK. E um fato interessante acerca desse filme é que ele ficou perdido por muito tempo (uns 70 anos, para ser mais exata) e só depois ele foi redescoberto na Filmoteca Espanhola em Madri, e restaurado posteriormente. Algumas cenas se perderam e outras foram censuradas, mas o filme ainda é um marco para o cinema.
 
3 estrelas para ele!

EUA/ Mudo P&B/ 79 min.
Direção: Oscar Micheaux
Produção: Oscar Micheaux
Roteiro: Oscar Micheaux, Gene DeAnna
Música: Phillip Carli

Elenco:

Evelyn Preer
Flo Clements
James D. Ruffin
Jack Chenault
William Smith
Charles D. Lucas
Bernice Ladd
Mrs. Evelyn
William Stark
Mattie Edwards
Ralph Johnson
E.G Tatum
Grant Edwards
Grant Gorman

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Filmes do Oscar - Comentários

Ando à caça dos filmes do Oscar, para enfatizar minhas apostas quanto aos mesmos, e digo que está sendo bem interessante, porém dos que eu vi, nenhum ainda merece a estatueta de melhor filme, na minha humilde opinião. Postarei aqui à pedidos do meu seguidor "Os demônios também choram", que  também está caçando os filmes haha :D
 Continuemos!


Cisne Negro (Black Swan)

Criei certa expectativa em ver esse filme pelos ótimos comentários que li, e sempre que isso ocorre fico receosa, porque, normalmente, eu me decepciono por não ser tudo aquilo que falavam. Pois bem, fui pagar para ver se Cisne Negro era mesmo brilhante e tive uma surpresa: não é (perceba, eu disse que ele não é brilhante, não que ele é um lixo). O que definitivamente é brilhante é a grande atuação de Natalie Portman, que aqui mostra todo o seu talento no apogeu de sua carreira, como a protagonista Nina, uma bailarina que é pressionada por ser escolhida como a nova Rainha dos Cisnes, no consagrado balé russo “O Lago dos Cisnes”, composto por Tchaikovsky no século 19 (um dos motivos de os russos estarem a-m-a-n-d-o essa película)
O filme mexe muito com os sentidos dos espectadores, porém digo que tem certas cenas desnecessárias e apelativas, e Darren, no fim das contas, aparece com uma direção quadrática e previsível. Pontos altos para a cena da festa, em que luzes coloridas tomam conta de todos os espaços da tela, e para a cena final, em que vemos uma Natalie Portman totalmente envolvida com sua personagem e uma maquiagem e fotografia fantásticas. O desfecho, incluo aqui, é sensacional, cheio de simbolismo e mensagens subliminares. Destaque também para a música frenética, que deixa o público atônito e torna o filme mais intenso; ressalto, entretanto, que Darren não teve a maestria de Ingmar Bergman para entrar definitivamente na psique da personagem, o que acaba falhando com efeitos para assustar, cenas de sexo entre mulheres sem um fundamento e sem de fato um entendimento claro sobre o todo.
Devo dizer que é um bom entretenimento, apesar de tudo, mas não ao ponto do fanatismo e favoritismo ao Oscar (se bem que nenhum dos títulos indicados parece-me realmente digno da estatueta), a não ser, é claro, o de Melhor atriz, que de longe é de Natalie Portman. É tão certo como o prêmio de melhor diretor para Martin Scorsese em 2007, ou o de melhor ator coadjuvante para o falecido Heath Ledger em 2009, ou ainda, Christoph Waltz, por Bastardos Inglórios, ano passado.
Contudo, o filme peca para quem é mais crítico, e ele acaba se perdendo em um roteiro que parece inacabado, e deixa vários buracos, que são “tapados” pelas atuações e pela música, e por um final impactante (tanto é que muita gente está criando certas teorias malucas e tentando fundamentar coisas já fundamentadas).
Síntese: ao menos um Oscar ele leva com certeza, e Darren Aronofsky me decepcionou bastante, pois tem ao menos três filmes dele que quero muito ver e começo com um que definitivamente não me seduziu. Ele não deveria nem ter sido indicado, e ao contrário, terem indicado Christopher Nolan, por “A Origem”. Muito mais justo.

(visto em 05/02/2011, um dia após a estréia, com o namorado, e a Natalie Portman virou minha proteção de tela no trabalho haha!)

AVALIAÇÃO: BOM





O Vencedor ( The Fighter)

Todo mundo já deve estar se questionando: “De novo um filme sobre lutadores? Já não chega o consagrado “Rocky”, “O Lutador” de Darren e de Rourke e “Menina de Ouro”?” Minha resposta para isso é que talvez não. A Academia adora um filme sobre superação, ainda mais se esse for o de uma história real, o que normalmente é; ressalto que, entretanto, esse filme me surpreendeu bastante.
Fui ao cinema sabendo o que veria: uma história de sofrimento e luta (literalmente), até o desfecho, que como o título traduzido já denuncia, é bastante previsível. Mas são dois os grandes trunfos desse filme: a direção espetacular de David O. Russel que, por merecimento, foi indicado, e a atuação de Christian Bale, também indicado. Fora isso, o filme não teria sustentabilidade nenhuma e seria mais um banal de luta. Vemos uma câmera frenética, captando cada sentimento, cada canto do cenário, e uma filmagem sensacional na hora da porrada, em que nos sentimos em casa, vendo uma luta na ESPN.
Christian Bale mostra uma atuação fenomenal que não pôde mostrar em Batman, “O Cavaleiro das Trevas”, por causa do brilhante e falecido Heath Ledger. Aqui, assim como Heath foi coadjuvante, ele é o irmão mais velho do protagonista, que é o treinador de Micky e o herói da cidade, mas que é viciado em crack e destrói toda a sua carreira. Mark Walhberg fez um bom trabalho, assim como Bale em Batman, mas não ao ponto de não ser ofuscado (e a Academia concorda comigo!). Amy Adams (Charlene), que faz a namorada de Micky Ward (Wahlberg), também fez uma boa atuação. Mas apenas boa, devo dizer. Melissa Leo, como a mãe perua de Micky é quem foi melhor, porém ambas foram indicadas na categoria atriz coadjuvante.
Em suma, é um filme que, mesmo com o final previsível ao cubo e uma história batida, mexe muito com os nervos e te deixa atônito no cinema, além de garantir algumas risadas. Mas Melhor filme? Não, não chega a tanto.

Comentário à parte: Não sabia que o Darren Aronofsky tinha um dedo na produção.
 (Visto em 10/02/2011, com irmã, mãe e padrasto)

AVALIAÇÃO: BOM² (ao quadrado porque mexeu mais comigo do que Cisne Negro haha!)


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127 Horas (127 Hours)

Mais um filme indicado ao Oscar de melhor filme para fazer número. Confesso que fiquei realmente intrigada com a história de Aron Ralston, o alpinista que ficou preso em uma fenda nas montanhas de Utah em maio de 2003. Fiquei espantada como James Franco atuou bem, e como ele sustentou o filme sozinho com propriedade. Poucos atores conseguem fazer com que isso transforme um filme monótono em excelente, como Tom Hanks em “O Náufrago” e John Cusack em “1408”, ambos com belas atuações; nesse caso, entretanto, o filme é simplesmente "OK", mesmo com os esforços de Franco.

Destaque para James Franco, obviamente, que, mantendo a minha aposta, talvez leve a estatueta para casa. O fato é que a Academia é cheia de suspresas e favoritismos previsíveis, então tenho certas dúvidas se o meu palpite vingará. Falta ver até onde Colin Firth pode ir para me impressionar e me fazer mudar de idéia. Contudo, há certos pontos que enfraquecem o filme, como a parte inicial, em que vemos Aron encontrando duas meninas do nada, e para nada, tudo para não ir direto para a premissa, que é o buraco. É certo que a dificuldade de sustentação para um filme onde não há como e nem para onde se mover é grande, e o trabalho de câmera é limitado, por isso acredito que, com todos esses elementos, ele esteja lá, brigando pelo tio Oscar.

Pontos altos para a fotografia e a montagem de três ângulos diferentes das câmeras. Com um cenário de tirar o fôlego, dificilmente a fotografia peca. Achei a direção de Danny Boyle muito boa, e não entendo a sua não indicação ao Oscar. Estou tentada a mudar de aposta na montagem, porque essa aqui me chamou mais a atenção; quando à trilha sonora, muito boa, mas não tão presente e dispensável, inclusive.

AVALIAÇÃO: BOM (haha, eu sei, todos são bons, mas pense: nenhum foi excelente.)
(visto em 13/02/2011 com a mãe e o namorado.)



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O Discurso do Rei (The King’s Speech)

O queridinho das indicações ao Oscar (12), Discurso do Rei conta a história de George VI, o antecessor de Elisabeth II, sua filha. Mas não se engane: ele não é um filme apenas sobre a Coroa Inglesa, mas é também um misto de vários relacionamentos. A amizade verdadeira ganha foco aqui, assim como o poder do ser humano de superação. George VI era gago, e precisava suceder seu pai, George V; porém, sempre em algum discurso ele travava, decepcionando a todos na Inglaterra, por saberem que não teriam um forte representante em tempos de tensão pré e durante a II Guerra Mundial.
O filme é excelente pra quem gosta de história, a música é sublime, e mudarei minha aposta sobre a trilha sonora, porque realmente deu um ar único, e se destacou bastante, muitas vezes. Ele pode parecer um pouco parado à primeira vista, mas tem tiradas ótimas e algumas cenas bem engraçadas, além de trabalhar muito com emoções.

Destaque para a atuação de Colin Firth que, confesso, nunca vi tão bela e verdadeira. E aqui, entrei em uma encruzilhada, se devo votar nele ou em James Franco, porque ambos atuaram com excelência. O modo como ele encarna o personagem é emocionante, e muito convincente. Há cenas em que ele chora, xinga, briga, tem ares de criança e amadurece. Tudo isso com a ajuda de Geoffrey Rush, que também me impressionou positivamente, e Helena Bonham Carter, a qual foi a primeira vez que vi atuando sem maquiagem quase alguma e de forma não tão caricata, como em “Alice no País das Maravilhas” ou “Sweeney Todd”. Ainda fico com ela como vencedora, porque apesar de ela ser deveras ofuscada por Colin Firth e ter uma atuação inferior à Melissa Leo, de “O Vencedor”, achei ela boa como Elisabeth I.
Há vários pontos interessantes, como os tons malucos da parede do consultório, e da sala aconchegante de Lionel (Geoffrey), deixando Bertie (Firth) sentir-se mais confortável, e tirando aquela carga de Realeza de suas costas. O trabalho de câmera também é bom, têm muitos takes de perspectivas diferentes, mas é mais uma câmera fixa, com pouca movimentação, remetendo à frieza britânica. Além disso, a fotografia é linda. Fui com poucas expectativas e, por esse motivo, achei o filme muito bom. Mas não ao ponto de 12 indicações, porque nem Senhor dos Anéis chegou a isso, e era um filme MUITO melhor do que esse. Talvez pelo conjunto da obra, executada com rigidez e ao mesmo tempo com leveza e precisão, tenha dado a essa filme as suas muitas indicações; creio, todavia, que o de melhor filme ele não mereça, de fato.


AVALIAÇÃO: MUITO BOM (veja, estamos evoluindo!)
(visto em 16/02/2011, com o namorado, que dormiu haha!)


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A Origem (Inception)

Sem dúvida alguma, esse é o melhor filme disparado entre os concorrentes. Com 8 indicações ao Oscar, ele é simplesmente um sonho, um misto de realidade com loucura. Não conseguirei expressar aqui o estupor que fiquei ao terminar de vê-lo, e é preciso assisti-lo para sentir o que é esse filme.

Leonardo DiCaprio interpreta Cobb, um ladrão de idéias. Isso mesmo. Ele é um dos melhores na arte de roubar os mais profundos segredos de qualquer pessoa no seu estado inconsciente. Junto com ele, há Arthur (Joseph Gordon-Levitt) e Ariadne ( Ellen Page), que  são os parceiros de Cobb, e que fizeram um ótimo trabalho juntamente com DiCaprio. Não há como explicar mais do que isso, então aconselho que vejam, de verdade. O cenário e os efeitos são sensacionais, e a direção de Christopher Nolan deu a essa bela obra uma sutileza e beleza únicas. Além do roteiro, claro, que é simplesmente genial. Fica aqui  meu protesto por Nolan não ter sido indicado ao Oscar de melhor diretor, que foi a maior injustiça dessa edição que a Academia cometeu.
Apesar disso, essa é a minha aposta verdadeira, de fã mesmo, para que essa obra seja eternizada nessa consagrada (e duvidosa) premiação. O filme é tão intenso que é preciso ser transportado totalmente para a história, senão corre-se o risco de perder o foco e acabar não se entendendo nada. Por ter um roteiro inteligente que instiga o espectador, faz-lo pensar no que está vendo e não o deixa ser um mero passivo, muita gente pode acabar se confundindo com o roteiro extremamente bem elaborado.
E no fim de todo esse espetáculo, Nolan ainda nos presenteia com uma pequena brincadeira, que achei fantástica,  deixando os espectadores e especulares atônitos. Por saber que a Academia não reconhece o trabalho de Nolan como ele merece, não apostei nele no tópico passado , mas acharei uma injustiça, como tenho achado nas últimas edições.

AVALIAÇÃO: EXCELENTE
(visto em 31/12/2010, com o namorado)



EM BREVE, MAIS ATUALIZAÇÕES!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

8

Inocente Pecadora (Way Down East) – 1920

O que dizer? É simplesmente mais uma grande obra desse gênio chamado Griffith, um diretor além do seu tempo. Um ano depois do grande “Lírio Partido”, Griffith retoma sua fórmula com o casal de protagonistas Lillian Gish e Richard Barthelmess, com a mesma química arrebatadora. Para a época, é uma história bem polêmica, sobre uma mulher que é enganada por um falso casamento e fica grávida, solteira. Porém, digo que é um tema bem atual, que poderia muito bem ter um remake (apesar de achar que remakes normalmente estragam as obras).

A atuação de Richard é mais convincente nesse longa, por não precisar fazer um papel de outra etnia. E devo dizer que ele está no auge de sua beleza, também haha. Lillian Gish dispensa comentários, pois sempre realiza um espetáculo de atuação atrás do outro. Destaques para o clímax final, onde há uma grande tensão (já que de Griffith pode-se esperar de tudo), com uma montagem genial e cenas de perspectiva e de longe, ponto forte do diretor; e para a dança, na segunda parte do filme. Destaque também para o figurino, principalmente no início, onde de cara, Anna Moore (Gish), após chegar na casa dos primos e se trocar para a festa da sociedade, aparece com um vestido estonteante elaborado pela Tia. Numa versão meio Cinderela, a Tia o faz para causar ciúmes em duas irmãs, primas de Anna. Gish me lembrou o jeito de Julie Andrews em Noviça Rebelde, logo na chegada da casa, antes da troca.

Uma boa atuação também ficou por conta do personagem Sanderson (Lowell Sherman), um perfeito canastrão mulherengo. Para quem gosta de romance e melodrama, é uma boa pedida. Claro que há toda a questão da imagem ruim, da falta de diálogos e da extensão do filme, mas as duas partes de Way Down East dispensam esses fatores e os tornam secundários. É mais uma obra prima desse diretor, do qual me tornei fã, nessa trajetória do livro.



Comentário à parte: Achei ousado o final, para a época, onde aparece um homem dando selinho em outro, e as mulheres também (mas nada que chegue aos pés da quase nudez de “Intolerância”).
Comentário à parte 2: Não gosto do jeito como R. Barton Palmer, um dos colaboradores do livro, escreve. Ele simplesmente conta toda a história na página, fazendo pouquíssimos comentários.
5 estrelas para ele, apesar de não ser tão fã de romances.

EUA / Mudo P&B / 100min (pelo livro. Nos meus cálculos, dá mais ou menos 150 min)
Direção: D. W. Griffith
Produção: D.W. Griffith 
Roteiro: Anthony Paul Kelly, Joseph R. Grismer, D. W Griffith, baseado nas peças Way Down East, de Joseph Grismer e William A. Brady, e Annie Laurie, de Lottie Blair Parker.
Fotografia: G.W. Bitzer
Música: Louis Silvers     

Elenco

Lillian Gish ...
Anna Moore
Richard Barthelmess ... David Bartlett
Lowell Sherman ... Lennox Sanderson
Burr McIntosh
Kate Bruce
Mary Hay 
Creighton Hale
Emily Fitzroy  
Porter Strong
George Neville
Edgar Nelson
Norma Shearer 



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