Metropolis – 1927
Considerado o primeiro filme
épico de ficção científica, Metropolis tem um quê de simplicidade com uma
arrebatadora fotografia e cenários enormes, onde Fritz Lang faz um trabalho
magistral fazendo um belo uso de inúmeros figurantes e efeitos especiais,
inacreditáveis para 1927.
A história se passa em Metropolis
no ano de 2026, cidade futurista criada pelo Mestre Joh Fredersen (Alfred
Abel), porém o foco da trama é em seu filho Freder (Gustav Fröhlich), uma
pessoa alienada do que acontece na cidade, e bastante mimada. Conhecendo Maria
(Briggite Helm) e a comunidade dos operários, Freder tenta ser o mediador entre
os operários e o mestre, para fazer com que eles trabalhem em harmonia (com a
célebre frase do filme: “O mediador entre cabeça e mãos deve ser o coração”). A
partir daí, temos desde uma andróide feminina construída por Rowang (Rudolf
Klein-Rogge) , o inventor que mora em uma casa antiga, até arranha-céus e
maquinários incríveis.
Brigitte Helm está espetacular
como a angelical Maria e a demoníaca Andróide, inclusive com uma dança erótica
semi-nua em meio a vários olhos masculinos, numa montagem também digna de
destaque. Todos fazem um excelente trabalho nessa película, porém o menos
convincente é Gustav Fröhlich, que é demasiadamente teatral. O cientista
interpretado por Klein-Rogge também convence, protagonizando algumas cenas
importantes do filme. Ênfase, também, para a cena da
inundação da cidade dos operários, a dança dos mesmos em torno da máquina
destruída e a corrida atrás de Maria, e posterior fogueira feita para ela.
Para os dias de hoje, esse filme
é um marco alemão, mas para a época, foi um fracasso tão grande de bilheteria
que quase levou o estúdio à falência. Em particular, achei-o interessante, mas
com um roteiro que poderia ser mais bem trabalhado. Uma pena que tenha sido
prejudicado com a perda total de algumas partes, que foram transformadas em
textos explicativos durante o filme.
3 estrelas
Alemanha/
Mudo P&B/ 120 min.
Direção:
Fritz Lang
Produção:
Erich Pommer
Roteiro:
Fritz Lang, Thea von Harbou
Fotografia:
Karl Freund, Günther Rittau
Música:
Gottfried Huppertz
Elenco:
Alfred Abel
Gustav Fröhlich
Brigitte Helm
Rudolf Klein-Rogge
Fritz Rasp
Theodor Loos
Heinrich George