sexta-feira, 2 de março de 2012

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Aurora (Sunrise) – 1927

O primeiro filme americano com liberdade orçamental do gênio do expressionismo alemão e, em minha opinião, o mais singelo e bonito trabalho de F. W. Murnau. Aurora conta a história de um fazendeiro que trai sua mulher com a moça da cidade, e pretende matá-la afogada de forma acidental, para poder vender a sua propriedade e fugir com a moça que o seduziu.

Mais do que tudo, não é à toa que este filme recebeu o prêmio de “Produção Artística Notável”. Ele é dotado de tantos detalhes que não posso deixar de enumerá-los: a montagem que Murnau sempre faz de forma magistral, a sutileza dos efeitos sonoros junto com a melodia, os cenários e as emoções dos atores; tudo combina para este filme ser muito mais do que um filme de amor. Janet Gaynor, como a esposa, fez um papel magnífico, fazendo o espectador rir e chorar. Também George O’Brien como um fazendeiro bruto, mas cheio de sentimentos, que vão desde a loucura até o arrependimento e posteriormente a reconquista do amor outrora perdido.

A meu ver, a película nos mostra como um casamento pode perder todo o brilho com o dia-a-dia. O casal é mostrado cansado, o homem desinteressado, com uma rotina que só é quebrada com a interrupção da moça da cidade. Interpretada por Margaret Livingston, esta, também, fez um grande trabalho. Em uma de suas cenas, inclusive, ela aparece como um espectro que assombra o fazendeiro, seduzindo-o até quando não está por perto. Quando o casal percebe que ainda pode se divertir junto, brincar e se apaixonar novamente, é daí que surge o brilho do filme, que nos deixa com um sorriso no rosto até o final.

Infelizmente, ele foi um fracasso de bilheteria na época e Murnau acabou morrendo em um acidente de carro poucos anos depois. Porém, seu filme marcou não só a geração do cinema mudo, como também diversas obras da geração subseqüente. Ainda, faço uma observação em relação a Janet Gaynor, com seus cabelos soltos no fim, mais linda do que nunca. Ela me lembrou um pouco das expressões da Drew Barymore!

Com certeza, 5 estrelas!  

EUA/ Mudo P&B/ 97 min.
Direção: F. W. Murnau
Produção: William Fox
Roteiro: Hermann Sudermann, Carl Mayer
Fotografia: Charles Rosher, Karl Struss 
Música: Timothy Brock, Hugo Rlesenfeld

Elenco: 

George O'Brien
Janet Caynor
Margarett Livingston
Bodil Rosing
J. Farrell MacDonald
Ralph Sipperly
Jane Winton
Arthur Housman,
Eddie Boland
Barry Norton

Oscar: William Fox (produção artística e notável), Janet Gaynor (atriz),  Charles Rosher e Karl Struss
(fotografia);
Indicação ao Oscar: Rochus Cilese (Direção de arte)

2 comentários:

  1. Olá, Mione! Tenho no meu blog o selinho “blog cute” para você! É só pegar na barra lateral e repassar para outros quatro blogs!
    Beijos!

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